quarta-feira, 19 de junho de 2013

FRAGAS [1]

Rebordaínhos é terra cheia de fragas. Decidi-me a criar um registo das mais imponentes, pelas quais todos passámos e às quais trepámos naquela idade em que podíamos pedir meças às cabras sobre quem era capaz de se encarrapitar nos cimos mais difíceis. 

Nem todas terão a dignidade de um nome próprio (ou serei eu que lho desconheço) mas todas, sem excepção, merecem o desvelo de um olhar e, podendo ser, o carinho de receberem a nossa pegada.

Este Junho caminhámos, eu e a Olímpia, pelos lados da Afonsim até ao Lameirão e, depois, por Vila Seco e o Pòrto. Deixo-vos com esses registos e com a promessa de que, em Agosto, procederei a mais recolhas pelo termo.


Próximas da Afonsim:




A magnífica  Torre Queimada




(as primeiras mostram-na de Poente para Nascente. A última mostra-a de Norte para Sul)


Fraga sem nome (Lameirão)



 (com outras "malgas dos mouros", nome que aprendi com o Tonho da tia Lídia)


No Pòrto 


Portentoso afloramento que, de tão grande, só se deixa fotografar das alturas e da distância (compare-se com o tamanho da Olímpia na fotografia abaixo.) A mater  que é a Fraga Grande da Ladeira lá está, omnipresente, a zelar por nós.

Porque a vista é sublime e a terra estava um deslumbramento, no próximo artigo publicarei imagens da paisagem

19 comentários:

Augusta disse...

Bem, uma coisa te peço eu: é que não deixes nunca de nos escrever acerca daquilo que não sabemos. E sabe-nos tão bem ler-te e aprender contigo!
Quanto ao artigo de hoje. Tenho algumas dúvidas acerca daquela que tu dizes ser a fraga do gato. Há vários anos atrás o pai indicou-me qual era.
Não sei se ainda conseguirei lá ir (penso que sim), mas a imagem que retenho daquela que o pai me ensinou é diferente da que aqui apresentas.
No verão faremos juntas esse exercício E o melhor seria levarmos alguém mais velho connosco.
Beijos

Augusta disse...

Ainda cá volto. E desta vez para me rir contigo e meter-me com a Olímpia.
Olha que o exercício de compararmos as fragas com o tamanho da Olímpia, acho que não é boa ideia. Afinal ela é fininha e... não é lá muito grande.
Beijo

Lurdes disse...

Fátima as fotos estão lindas parabéns, desconhecia o nome dessas fragas, a que tu chamas "Torre Queimada" é a fraga grande da ladeira?
Também tenho algumas dessas "malgas dos mouros" da fraga grande...
Penso que vais publicar uma parte II??? Falta uma que acho eu também merece destaque, eu depois digo qual é. Tem uma das suas pedras em forma de coração...
Beijinhos
Lurdes

antonio disse...

Olá fátima! Mas que rica ideia essa das fragas! Eu só conhecia o nome da Ladeira e do berrão... o que aprendemos contigo?! As fotos estão magnificas... tomei a ousadia de te roubar uma para pôr na minha cronologia do face, espero que não leves a mal...
P.S. a Augusta fez-me rir com as comparações... coitada da Olimpia.... desculpa. beijos

Fátima Pereira Stocker disse...

Augusta

Também eu tenho dúvidas. Tinha a ideia de que a Fraga do Gato ficava à direita de quem vai da Afonsim em direcção ao Lameirão (esta fica à esquerda). Mas do lado direito achei tudo tão revolvido que pensei que talvez estivesse enganada. Esta fica já a pegar com o termo de Lanção.

Fica combinado: em Agosto bateremos o termo do "concelho", esperando que o Rafael aceite acompanhar-nos. Ou outra pessoa, que saiba tanto das coisas como ele.

Beijos

P.S. A Olímpia fica ali mesmo a calhar, a servir de metro (e meio)...

Fátima Pereira Stocker disse...

Lurdes

A Torre Queimada e a Fraga Grande da Ladeira ficam em locais diferentes, embora em linha recta não distem muito uma da outra. A Ladeira, sabe-lo bem, fica no cimo do "Lombo de à-Igreja"; a Torre Quimada fica para lá da Afonsim, na direcção do Nascente.

No Verão queres juntar-te a nós para fazermos o reconhecimento?

Essa fraga de que falas, creio que a não conheço, ou então esse pormenor passou-me despercebido. Logo me dirás, porque às fragas quero conhecê-las a todas.

Haverá o "Fragas II", se é que não haverá o "Fragas III", mas só depois do Verão, porque as fotografias digitais que tenho da Fraga Grande estão de tamanho muito reduzido, consequência de trabalhos ao tempo em que era principiante nestes assuntos.

Beijos e obrigada pelas dicas.

Fátima Pereira Stocker disse...

Tonho

Serve-te à vontade, porque é um prazer.

Obrigada pelas tuas palavras sempre tão gentis.

Beijos

A. Fernandes disse...

Olá Fátima:

Em, primeiro lugar, obrigado pela bela reportagem fragal (será que existe?) da nossa terra: ando a coleccioná-las todas.
Em segundo lugar, nem penses em desistir de desbastar a nossa crassa ignorância com as tuas sábias crónicas culturais. É uma das obras de misericórdia ensinar os ignorantes.

A. Fernandes

A. Fernandes disse...

Fátima:

Tive que cá voltar para esclarecer uma dúvida. Temos em Viseu um Museu do Quartzo(ao que dizem, único no mundo). Ontem, de visita ao mesmo com um grupo de amigos, lembrei-me exactamente dessa formação rochosa da última foto, onde aparece o metro e meio de Olímpia. A minha dúvida: o segundo bloco, o que aparece à esquerda da foto não é porventura de basalto? A sê-lo, ao que me disse uma professora de Geologia, é um caso de estudo que aparece nos manuais.
Não vejo essas pedras desde quando rompia os fundilhos das calças a esbarar por ali abaixo com os meus primos, mas tenho ainda presente o seu toque metálico quando as percutíamos.
Desculpa lá a minha ignorância e a minha impertinência

A. Fernandes

Olímpia disse...

Para quem se meteu comigo, corrijo a escala: 1.52m.
A suposta fraga do gato, foi-me apresentada pela Fátima e, por isso, não posso entrar em "teimas".
Também eu acho que o afloramento do pórto é de basalto.
Durante estas caminhadfas, também eu tirei umas fotografias bem engraçadas. No sábado, mostro-as à Fátima.

EC disse...

Fátima,
bonita reportagem!! E por favor, não deixes de escrever!
Também eu e os meus primos subíamos às fragas naqueles passeios de verão que fazíamos com o tio Padre. Bons momentos...

Beijos
Milita

Fátima Pereira Stocker disse...

Tonho

Se for basalto será, de certeza, caso de estudo, porque não há registos de vulcanismo na nossa zona. A mim parece-me que se trata de ardósia/lousa (rocha metamórfica). Se não estiver a fazer confusões, creio que me lembro de, em garota, gostar de rabiscar nela, com pedacinhos soltos que havia pelo chão. Essa facilidade de ser riscada confirma a minha opinião.

Não tenhas esta resposta como certeza. Em Agosto vou pedir à minha sobrinha geóloga que me acompanhe até lá. Também ela fez um "ah!" de espanto quando lhe mostrei a fotografia, mas a conversa fluiu noutra direcção que não a da classificação. Fica assim combinado: em Agosto prometo dar-te a resposta certa.

Beijos (e obrigada por me cofiares o ego).

Fátima Pereira Stocker disse...

Olímpia

Pois é, não vi as tuas fotografias. Vejo-as amanhã.

Reparaste em ti a trepar à Torre Queimada?

Beijos


Fátima Pereira Stocker disse...

Milita

Boa parte do conhecimento que tenho do termo de Rebordaínhos devo-o ao Sr. P.e Caminha, o teu tio padre, a quem hei-de ser eternamente grata. Os da tua geração devem ter sido dos últimos abençoados com esses passeios. Não sei se leste, mas já uma vez escrevi sobre isso. Se tiveres curiosidade, está aqui:

http://rebordainhos.blogspot.pt/search?q=caminha

Beijos
Fátima

Catarina disse...

Tia Fátima,

Mais uma vez, Parabéns pelas fotografias. Juntando com as da Olímpia dará uma portefólio bem giro.

Quanto à "discussão" da litologia do último afloramento (e realmente quando as me mostraste nem foi dada uma classificação) não me parece ser, de todo, basalto.
Devo confessar que à primeira vista pareceu-me ser granito. Mas fazendo um zoom na fotografia a hipótese do granito fica muito em dúvida. Parece-me ter xistosidade e bastantes fracturas apontando, então, para uma rocha xistenta. Como disseste, e bem, ardósia/ lousa poderão ser uma hipótese bastante plausível.
Mas no Verão tiramos as teimas. É só levar o meu martelo e tudo se esclarece!

Um beijinho grande,

Catarina

Fátima Pereira Stocker disse...

Catarina

Muito obrigada pela intervenção. Fica combinado: em Agosto esclareceremos as dúvidas com a ajuda do teu martelo.

Beijos

Augusta disse...

Esperemos então pela opinião da especialista. Eu também quero estar presente. Nem que mais não seja para te ajudar com o martelo.
Bj

Lurdes disse...

Fátima,
Obrigada pelo convite para vos acompanhar no mês de agosto para fazer o reconhecimento das fragas, fico à espera.

A fraga de que te falei é a fraga do Berrão, mas não sei se ainda pertence a Rebordaínhos ou aos Pereiros...
é essa que tem uma pedra em forma de coração.

Quanto às outras fragas estou muito curiosas para as conhecer e fotografar.

Beijinhos
Lurdes

Olímpia disse...

Volto aqui novamente para corrigir o que disse no meu comentário. Trata-se de xisto e não de basalto.
Bjos

Olímpia